19 setembro, 2011

ASSOREAMENTO

ASSOREAMENTO E SUAS VARIAS FORMAS




ASSOREAMENTO

Assoreamento pode ser conceituado da seguinte forma: "processos de acumulação de partículas sólidas (sedimentos) em meio aquoso ou aéreo, ocorrendo quando a força do agente transportador natural (curso d´água, vento) é sobrepujada pela força da gravidade ou quando a supersaturação das águas ou ar permite a deposição de partículas sólidas
Os sedimentos podem ser transportados em suspensão (partículas mais finas), por tração/rolamento (partículas mais pesadas) ou saltação (partículas intermediárias), isso para uma mesma velocidade. A deposição ocorre quando a energia de fluxo não suporta mais transportar o sedimento, partícula ou fragmento de rocha.
A atuação antrópica vem intensificando e acelerando os processos de assoreamento, não só pela modificação da velocidade dos cursos d´água devido à implantação de barramentos, como também pelo aumento da erosão hídrica, em conseqüência de práticas agrícolas inadequadas, de obras de infra-estrutura insuficientes, entre outros aspectos.
A foto a sua esquerda ilustra uma situação ocorrida em município do interior paulista, em que o processo de assoreamento soterrou parcialmente uma casa, em curto período de tempo (alguns dias) (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999). Destaca-se que, em geral, o assoreamento de uma determinada área se dá gradativamente.
O processo de assoreamento é cada vez mais comum no Brasil, afetando corpos d´água, devido principalmente, a intensificação dos processos de erosão, pela ação antrópica.
As fotos a seguir ilustram o assoreamento ocorrido no mesmo local da foto anterior                                           

  ANTES

DEPOIS


O processo de assoreamento acarreta os seguintes problemas (Oliveira, 1995):
  • perda de volume de reservatório;
  • redução da profundidade de canais;
  • perda de eficiência de obras hidráulicas;
  • produção de cheias;
  • deterioração da qualidade da água;
  • alteração e morte da vida aquática;
  • prejuízos ao lazer.

RESUMO GERAL
                                                                   Assoreamento














Nome técnico que se dá ao processo acelerado de deposição de sedimentos detríticos em uma área rebaixada (área de sedimentação). Do ponto de vista geológico a sedimentação é um processo natural, decorrente da erosão. No entanto sua aceleração, devido a fatores antrópicos, resulta em uma série de efeitos indesejáveis no meio ambiente. Reserva-se o termo assoreamento para a sedimentação acelerada por processos de ocupação do espaço geográfico pelo homem, com suas atividades decorrentes: desmatamento, pecuária, agricultura, mineração, urbanismo, etc.
O processo de assoreamento numa bacia hidrográfica encontra-se intimamente relacionado aos processos erosivos, uma vez que são estes que fornecem os materiais que, ao serem transportados e depositados, darão origem ao assoreamento. Assoreamento e erosão são dois processos diretamente proporcionais na dinâmica de uma bacia hidrográfica: quando aumenta a erosão, haverá o consequente aumento do assoreamento em algum lugar a jusante na bacia hidrográfica.
A erosão mais efetiva na produção do assoreamento, é a originada por processos onde atua a água, seja na forma de chuva, rios ou correntes litorâneas. Em regiões de clima muito frio, as geleiras exercem papel importante, seja diretamente devido ao deslocamento da massa de gelo, seja pela enorme quantidade de água produzida na época do degelo.
O assoreamento ocorre em regiões rebaixadas como o fundo de vales, rios, mares ou qualquer outro lugar em que o nível de base da drenagem permita um processo deposicional.Em algumas regiões a erosão eólica é capaz de transportar enorme quantidade de material, normalmente areia fina. Este fenômeno poderá resultar no assoreamento de corpos hídricos.
Como o assoreamento é uma consequência direta da erosão, para se observar se uma região está sujeita a assoreamento, basta que se observe a água das enxurradas e dos rios após as chuvas. Se for barrenta, amarela, é porque a região a montante está sendo muito erodida e as águas estão carregadas de sedimentos. Ao erodir um terreno a água da chuva leva a argila em suspensão, originando a cor amarelo ocre às águas. 


A quantidade e a granulometria do material transportado pelas águas depende de sua velocidade (energia) e de seu volume. Águas com pouca energia transportam material fino e as com muita velocidade transportam, além do material fino em suspensão, material grosseiro que é arrastado e desce aos saltos através do talvegue do rio.
À medida que a água perde energia, o material mais grosseiro começa a se assentar (depositar) na calha dos rios ou nos remansos dos meandros, dando origem a depósitos fluviais ( em alguns locais formam-se praias fluviais).

Consequências do assoreamento.


  • Em lagos, lagoas, baías e golfos;
a) Elevação do fundo do corpo hídrico, prejudicando a navegação e diminuindo a lâmina d'água, o que provoca seu maior aquecimento e menor capacidade de dissolver oxigênio.
b) Alteração da circulação e dos fluxos das correntes internas, comprometendo a vegetação da orla (manguezais) e as zonas pesqueiras.
c) Em área de manguezais o assoreamento altera a flutuação das marés pelo avanço da linha de orla, podendo muito rapidamente comprometer este importante ecossistema.
d) O material fino em suspensão na coluna d’água (turbidez), é uma barreira à penetração dos raios solares, prejudicando a biota que realiza fotossíntese e consequentemente diminuindo a taxa de oxigênio dissolvido ([[OD}) na água.
  • Nos rios;
a) o carreamento intenso de sedimentos provoca a elevação topográfica do talvegue de córregos, rios e canais, originando inundações, que nada mais são do que o transbordamento da água para além de sua calha.
b)Este processo interfere na dinâmica hidráulica, provocando aumento da velocidade da corrente próxima a uma das margens, provocando sua erosão, deslocando o eixo do curso de água e dando início à construção de meandros, o que leva a uma maior deposição de material sedimentar na planície do rio, potencializando o problema das inundações.
A simples retificação do curso do rio, somente desloca o problema para jusante. Como a retificação aumenta a velocidade da água, o material que ficaria depositado na planície passa a ser transportado diretamente para outro lugar. No caso do Rio de Janeiro, estas medidas agravaram mais ainda a situação da Baía de Guanabara, que em pouco menos de 100 anos teve uma grande perda de volume de água devido ao assoreamento.

Combatendo ou mitigando o assoreamento


Segundo o dito atrás, a única forma de combater o assoreamento em uma bacia hidrográfica é adotar um conjunto de medidas que reduzam a erosão. A simples dragagem é uma medida paliativa, pois o material tirado hoje voltará amanhã através da erosão.
Entre as medidas capazes de diminuir a erosão, e consequentemente o assoreamento, temos:
1-Manutenção da cobertura vegetal do solo, ou, na sua impossibilidade, proteção do solo com coberturas artificiais,
2-Obras hidráulicas que diminuam a velocidade das correntes, como escadas e obstáculos transversais ao longo do talvegue;
3-Construção de reservatórios ao longo da drenagem, que possam represar a água, o que, além de diminuir sua velocidade e volume, passam a se constituir em locais de deposição de sedimentos, evitando que cheguem ao local que se pretende proteger.

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